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«Violência nas escolas não se resolve na Justiça»

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Presidente do STJ diz que escolas deverão ter mais poderes


O presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Noronha de Nascimento, considera que «a violência nas escolas não se resolve na Justiça», mas é sobretudo um problema político e social.

Em entrevista ao JN, o responsável afirma que «a indisciplina vem de fora da escola. As escolas problemáticas são aquelas cujos alunos vêm de bairros problemáticos, não são os alunos problemáticos das escolas que vão para os bairros». Portanto, «o tribunal tem pouco a ver com isto. O direito é apenas um regulador social, não se destina a corrigir comportamentos em sociedade ou criar novas formas de comportamento», afirmou Noronha de Nascimento.

Sociedade criou «pequenos monstrozinhos»

Noronha de Nascimento diz que esta é sobretudo uma questão política e social. «Estamos a pagar a factura por toda a gente há alguns anos ter vindo para o litoral». O responsável considera que esta movimentação demográfica e a alteração que causou na sociedade criou «pequenos monstrozinhos que começaram agora a agir».

Para o presidente do STJ, a solução tem de partir das escolas, mas para isso, «têm de ter poderes de disciplina, têm de saber exercê-los e não podem ter medo. Porque o facto de não exercerem disciplina pode fazer evoluir para o fenómeno criminal».

E o responsável afirma mesmo que começa a ficar «preocupado porque em zonas problemáticas das grandes cidades há gerações muito novas que podem entrar em circuitos que levam ao crime violento».

Desvalorização da autoridade

Noronha de Nascimento considera que «a escola reflecte normalmente a origem dos alunos, que muitas vezes trazem os problemas dos pais, os problemas das separações, os problemas da pobreza», além de uma crescente «desvalorização de todo o tipo de autoridade, seja a escola, seja o tribunal».

O responsável conta ainda que muitas vezes os pais também desvalorizam estes problemas e dá um exemplo. «Há tempos contaram-me esta história numa escola do Douro, um miúdo faltava às aulas para ir beber vinho para o café. A mãe foi chamada e insurgiu-se por o filho gastar dinheiro quando tinha tanto vinho em casa».

PD
 
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