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Superfícies de cilindros de motores.
Nos veículos brasileiros, os mais usados são o Plateau honing e o Smooth Peak.
[Imagem: LFS/Poli/USP]
Congresso do Atrito
Três trabalhos do Laboratório de Fenómenos de Superfície da USP, dois trabalhos de engenheiros da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRGN) foram levados ao Leeds-Lyon Symposium on Tribology (LLST), um dos congressos mais tradicionais e respeitados na área.
A tribologia é um ramo da ciência que trata das questões ligadas à interação de dois ou mais materiais sólidos em movimento e em contacto mútuo (tribos em grego significa atrito).
Fabrico
"O foco do LFS tem sido essencialmente reduzir a perda de eficiência nos motores, causado pelo atrito e o desgaste dos seus componentes.
“Isto tem a ver com a geometria das peças e também com sua micro geometria, definida pela operação de maquinagem chamada brunimento”, afirmou o engenheiro Amilton Sinatora, coordenador do projecto.
Não se trata do simples polimento, porque, em certas regiões ao longo do curso do pistão, o polimento excessivo pode prejudicar a acção dos aditivos dos lubrificantes.
O que os pesquisadores brasileiros demonstraram é a necessidade de controlar o processo de fabrico, observando a topografia da peça na escala de tamanho de dois décimos de micrómetro (milésimo de milímetro).
"Para cada região, há uma rugosidade e um acabamento adequado.
O polimento não deve ser homogéneo nem do ponto de vista espacial nem do ponto de vista temporal.
No início da vida útil do motor, é necessário que haja maior rugosidade.
No decurso do seu funcionamento, a rugosidade diminui naturalmente e a sua importância também diminui," acrescentou Sinatora.
Os trabalhos no campo da tribologia também são importantes nos reactores bicombustíveis, nos equipamentos de exploração de petróleo e na produção de eletricidade pelo atrito do pneu com o asfalto.
[Imagem: Wikimedia]
A Viscosidade dos Lubrificantes
Devido à necessidade de reduzir o consumo de energia, há uma tendência mundial de produzir lubrificantes cada vez menos viscosos.
Com a menor viscosidade, o motor roda mais, consumindo menos combustível.
"Mas é preciso determinar os aditivos apropriados para esta nova geração de lubrificantes, sendo este um novo subtema que estudamos", prosseguiu Sinatora.
Além disso, no caso dos motores bicombustível, existe uma peculiaridade a ser considerada.
Trata-se da água presente no etanol, numa percentual de 5%.
Essa água, juntamente com o próprio etanol, "lava" as superfícies dos componentes, removendo os aditivos depositados pelos lubrificantes.
"A película de aditivos, que chamamos de 'tribofilme', é removida pelo etanol ou mesmo pela gasolina consumida no Brasil, que, de acordo com a legislação, pode conter até 27% de etanol.
Trabalhando com a geometria e microgeometria dos componentes e com a formulação de lubrificantes, procuramos, por várias vias, minimizar os inconvenientes e melhorar o desempenho dos motores," acrescentou Tiago Cousseau, membro da equipa do LFS.
Agência Fapesp