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RoterTeufel
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Silves: Brincadeira entre dois amigos acaba em tragédia à porta de casa
Tiro de pressão de ar mata rapaz de 14 anos
A decisão de desligar as máquinas que mantinham Duarte vivo no Hospital de Faro foi comunicada ontem de manhã aos pais. O jovem, de 14 anos, foi atingido na cabeça, sexta-feira à noite, por um tiro acidental de espingarda de ar comprimido que estava nas mãos de um amigo, de 16 anos, em Algoz, Silves.
O disparo a pouco mais de um metro de distância provocou-lhe lesões em 98 por cento do cérebro e os médicos pouco puderam fazer para o salvar.
O chumbo "entrou na cabeça por cima do olho esquerdo e provocou-lhe lesões graves", explicou ontem ao CM o pai, José Marques, momentos após a trágica notícia.
"Ele gostava de dar tiros ao alvo, mas desta vez o alvo foi ele", lamenta o pai. Quando o incidente ocorreu, a brincadeira dos tiros às latas já tinha terminado e os dois amigos preparavam--se para guardar a espingarda numa mala. Foi então que, ao embater na quina de uma porta, a arma disparou e atingiu Duarte.
"Quando caiu no chão ele ainda disse que estava com dores, mas depois já não falou mais", recordou ao CM Ricardo Vieira, o amigo da vítima que tinha a arma na mão.
ORGÃOS DOADOS "PARA SALVAR OUTRAS CRIANÇAS"
Momentos depois da dolorosa notícia dada pelos médicos de que já não havia nada a fazer para salvar Duarte, os pais do jovem, de 14 anos, tiveram de decidir se aceitavam doar os seus órgãos, uma vez que a lesão cerebral não os afectou.
A decisão do pai José e da mãe Teresa foi um ‘sim’, depois de avaliarem a questão colocada pelos médicos do Hospital de Faro. "O nosso filho, infelizmente, vai deixar de estar entre nós. Por isso decidimos doar os seus órgãos porque ainda podem salvar a vida a outras crianças", referiu ontem à tarde ao CM o pai da vítima, ainda no hospital.
José Marques fez tudo para tentar que o filho fosse transferido para uma unidade hospitalar de Lisboa. Mas as indicações médicas não eram favoráveis, porque o transporte poderia agravar ainda mais a hemorragia cerebral de Duarte.
"NÃO NOS APERCEBEMOS QUE A ARMA ESTAVA COM CHUMBO"
"Não nos apercebemos de que a espingarda de pressão de ar ainda estava com chumbo", disse ontem ao CM o amigo da vítima, sempre ao lado da mãe, adiantando que Duarte já tinha a arma há algum tempo e que, apesar de "não ser frequente", era usada para fazer tiros a latas colocadas próximo da casa, que se situa numa zona rural.
Naquele dia, os dois jovens efectuaram "uns seis disparos". Depois colocaram a arma em casa. Foi quando Ricardo a foi buscar, transportando-a "debaixo de um braço" para a arrumar dentro de uma mala própria, que se deu o trágico acidente. A espingarda "bateu na quina da porta da rua e disparou", recordou o jovem, de 16 anos. O amigo Duarte ainda estava na rua e foi atingido na cabeça.
PORMENORES
NÃO PRECISA DE LICENÇA
A arma em causa é de categoria G, sem obrigatoriedade de licença, mas, como qualquer arma, requer cuidados.
PROCESSO
A GNR entrega hoje o processo ao Ministério Público de Silves. Em tese, poderá eventualmente configurar um crime por negligência.
JOVEM TRABALHADOR
Duarte tinha 14 anos mas era "muito crescido. Era um jovem trabalhador e, quando não estava na escola, andava comigo a ajudar-me", disse o pai.
Fonte Correio da Manhã
Tiro de pressão de ar mata rapaz de 14 anos
A decisão de desligar as máquinas que mantinham Duarte vivo no Hospital de Faro foi comunicada ontem de manhã aos pais. O jovem, de 14 anos, foi atingido na cabeça, sexta-feira à noite, por um tiro acidental de espingarda de ar comprimido que estava nas mãos de um amigo, de 16 anos, em Algoz, Silves.
O disparo a pouco mais de um metro de distância provocou-lhe lesões em 98 por cento do cérebro e os médicos pouco puderam fazer para o salvar.
O chumbo "entrou na cabeça por cima do olho esquerdo e provocou-lhe lesões graves", explicou ontem ao CM o pai, José Marques, momentos após a trágica notícia.
"Ele gostava de dar tiros ao alvo, mas desta vez o alvo foi ele", lamenta o pai. Quando o incidente ocorreu, a brincadeira dos tiros às latas já tinha terminado e os dois amigos preparavam--se para guardar a espingarda numa mala. Foi então que, ao embater na quina de uma porta, a arma disparou e atingiu Duarte.
"Quando caiu no chão ele ainda disse que estava com dores, mas depois já não falou mais", recordou ao CM Ricardo Vieira, o amigo da vítima que tinha a arma na mão.
ORGÃOS DOADOS "PARA SALVAR OUTRAS CRIANÇAS"
Momentos depois da dolorosa notícia dada pelos médicos de que já não havia nada a fazer para salvar Duarte, os pais do jovem, de 14 anos, tiveram de decidir se aceitavam doar os seus órgãos, uma vez que a lesão cerebral não os afectou.
A decisão do pai José e da mãe Teresa foi um ‘sim’, depois de avaliarem a questão colocada pelos médicos do Hospital de Faro. "O nosso filho, infelizmente, vai deixar de estar entre nós. Por isso decidimos doar os seus órgãos porque ainda podem salvar a vida a outras crianças", referiu ontem à tarde ao CM o pai da vítima, ainda no hospital.
José Marques fez tudo para tentar que o filho fosse transferido para uma unidade hospitalar de Lisboa. Mas as indicações médicas não eram favoráveis, porque o transporte poderia agravar ainda mais a hemorragia cerebral de Duarte.
"NÃO NOS APERCEBEMOS QUE A ARMA ESTAVA COM CHUMBO"
"Não nos apercebemos de que a espingarda de pressão de ar ainda estava com chumbo", disse ontem ao CM o amigo da vítima, sempre ao lado da mãe, adiantando que Duarte já tinha a arma há algum tempo e que, apesar de "não ser frequente", era usada para fazer tiros a latas colocadas próximo da casa, que se situa numa zona rural.
Naquele dia, os dois jovens efectuaram "uns seis disparos". Depois colocaram a arma em casa. Foi quando Ricardo a foi buscar, transportando-a "debaixo de um braço" para a arrumar dentro de uma mala própria, que se deu o trágico acidente. A espingarda "bateu na quina da porta da rua e disparou", recordou o jovem, de 16 anos. O amigo Duarte ainda estava na rua e foi atingido na cabeça.
PORMENORES
NÃO PRECISA DE LICENÇA
A arma em causa é de categoria G, sem obrigatoriedade de licença, mas, como qualquer arma, requer cuidados.
PROCESSO
A GNR entrega hoje o processo ao Ministério Público de Silves. Em tese, poderá eventualmente configurar um crime por negligência.
JOVEM TRABALHADOR
Duarte tinha 14 anos mas era "muito crescido. Era um jovem trabalhador e, quando não estava na escola, andava comigo a ajudar-me", disse o pai.
Fonte Correio da Manhã