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Terroristas reivindicam novos ataques na província moçambicana de Cabo Delgado
Reivindicação foi feita através dos canais de propaganda do Estado Islâmico.
Elementos associados ao grupo extremista Estado Islâmico reivindicaram, este sábado, novos ataques nos distritos de Ancuabe e Balama, Cabo Delgado, com pelo menos uma pessoa decapitada, num momento de crescente violência e milhares de deslocados naquela província moçambicana.
A reivindicação, feita através dos canais de propaganda do Estado Islâmico (EI), refere que uma aldeia de Ancuabe foi atacada na sexta-feira, com os rebeldes a afirmarem que "capturaram um elemento das milícias locais", depois "decapitado".
No dia anterior, mas no distrito de Balama, os insurgentes, alegadamente pertencentes ao grupo Ahlu-Sunnah wal Jama`a (ASWJ), associado ao Estado Islâmico, reivindicam ter incendiado a casa de um "comandante das milícias" locais, numa aparente referência aos guerrilheiros 'naparamas', que também combatem estes grupos.
Outras reivindicações dos últimos dias, confirmadas por fontes locais da Igreja Católica, apontam para casas e igrejas incendiadas em vários pontos de Cabo Delgado, desde o final de julho, incluindo a decapitação de vários "cristãos" entre a população.
No final da semana passada, o mesmo grupo já tinha reivindicado um outro ataque em Chiúre, sul de Cabo Delgado, e a morte de 18 paramilitares 'naparamas', recorrendo a diferente armamento. Nessa mensagem anterior, o grupo extremista reivindicava a morte, nesse ataque em Walicha, Chiúre, de 18 elementos destas milícias tradicionais locais e a destruição de "dezenas de casas" e motorizadas.
Os 'naparamas' são paramilitares moçambicanos que surgiram na década de 80, durante a guerra civil, aliando conhecimentos tradicionais e elementos místicos no combate aos inimigos, atuando em comunidade. Em Cabo Delgado, estas milícias apoiam as Forças de Defesa e Segurança (FDS) no combate aos extremistas que atuam localmente desde 2017 e já provocaram mais de um milhão de deslocados em toda a província.
Mais de 57 mil pessoas foram deslocadas desde 20 de julho na província moçambicana de Cabo Delgado após o recrudescimento de ataques de extremistas, segundo dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM).
De acordo com o mais recente relatório da OIM, com dados de 20 de julho a 03 de agosto, "a escalada de ataques e o crescente medo de violência" por parte de grupos armados não estatais nos distritos de Muidumbe, Ancuabe e Chiúre, "levaram ao deslocamento de aproximadamente 57.034 indivíduos", num total de 13.343 famílias.
Incluem-se 490 grávidas, 1.077 idosos, 191 pessoas com problemas de mobilidade e 126 crianças separadas dos pais, que chegam a andar mais de 50 quilómetros, pela mata, noite e dia, sobretudo em direção à sede do distrito de Chiúre, no sul da província de Cabo Delgado.
Trata-se do maior pico de deslocados por ataques, com destino a Chiúre sede em cerca de um ano. A informação da OIM acrescenta que os agentes no terreno apontam que "a alimentação é a necessidade humanitária mais urgente", seguida de abrigo e itens não alimentares.
Deste total de deslocados, 22.939 foram abrigados em Namisir e 27.558 em Micone, em ambos os casos em duas escolas da vila de Chiúre, sede do distrito.
O ministro da Defesa Nacional admitiu no final de julho preocupação com a onda de novos ataques em Cabo Delgado, adiantando que as forças de defesa estão no terreno a perseguir os rebeldes armados.
"Como força de segurança não estamos satisfeitos com o estado atual, tendo em conta que os terroristas nos últimos dias tiveram acesso às zonas mais distantes do centro de gravidade que nós assinalámos", disse o ministro Cristóvão Chume, aos jornalistas.
Correio da Manhã

Reivindicação foi feita através dos canais de propaganda do Estado Islâmico.
Elementos associados ao grupo extremista Estado Islâmico reivindicaram, este sábado, novos ataques nos distritos de Ancuabe e Balama, Cabo Delgado, com pelo menos uma pessoa decapitada, num momento de crescente violência e milhares de deslocados naquela província moçambicana.
A reivindicação, feita através dos canais de propaganda do Estado Islâmico (EI), refere que uma aldeia de Ancuabe foi atacada na sexta-feira, com os rebeldes a afirmarem que "capturaram um elemento das milícias locais", depois "decapitado".
No dia anterior, mas no distrito de Balama, os insurgentes, alegadamente pertencentes ao grupo Ahlu-Sunnah wal Jama`a (ASWJ), associado ao Estado Islâmico, reivindicam ter incendiado a casa de um "comandante das milícias" locais, numa aparente referência aos guerrilheiros 'naparamas', que também combatem estes grupos.
Outras reivindicações dos últimos dias, confirmadas por fontes locais da Igreja Católica, apontam para casas e igrejas incendiadas em vários pontos de Cabo Delgado, desde o final de julho, incluindo a decapitação de vários "cristãos" entre a população.
No final da semana passada, o mesmo grupo já tinha reivindicado um outro ataque em Chiúre, sul de Cabo Delgado, e a morte de 18 paramilitares 'naparamas', recorrendo a diferente armamento. Nessa mensagem anterior, o grupo extremista reivindicava a morte, nesse ataque em Walicha, Chiúre, de 18 elementos destas milícias tradicionais locais e a destruição de "dezenas de casas" e motorizadas.
Os 'naparamas' são paramilitares moçambicanos que surgiram na década de 80, durante a guerra civil, aliando conhecimentos tradicionais e elementos místicos no combate aos inimigos, atuando em comunidade. Em Cabo Delgado, estas milícias apoiam as Forças de Defesa e Segurança (FDS) no combate aos extremistas que atuam localmente desde 2017 e já provocaram mais de um milhão de deslocados em toda a província.
Mais de 57 mil pessoas foram deslocadas desde 20 de julho na província moçambicana de Cabo Delgado após o recrudescimento de ataques de extremistas, segundo dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM).
De acordo com o mais recente relatório da OIM, com dados de 20 de julho a 03 de agosto, "a escalada de ataques e o crescente medo de violência" por parte de grupos armados não estatais nos distritos de Muidumbe, Ancuabe e Chiúre, "levaram ao deslocamento de aproximadamente 57.034 indivíduos", num total de 13.343 famílias.
Incluem-se 490 grávidas, 1.077 idosos, 191 pessoas com problemas de mobilidade e 126 crianças separadas dos pais, que chegam a andar mais de 50 quilómetros, pela mata, noite e dia, sobretudo em direção à sede do distrito de Chiúre, no sul da província de Cabo Delgado.
Trata-se do maior pico de deslocados por ataques, com destino a Chiúre sede em cerca de um ano. A informação da OIM acrescenta que os agentes no terreno apontam que "a alimentação é a necessidade humanitária mais urgente", seguida de abrigo e itens não alimentares.
Deste total de deslocados, 22.939 foram abrigados em Namisir e 27.558 em Micone, em ambos os casos em duas escolas da vila de Chiúre, sede do distrito.
O ministro da Defesa Nacional admitiu no final de julho preocupação com a onda de novos ataques em Cabo Delgado, adiantando que as forças de defesa estão no terreno a perseguir os rebeldes armados.
"Como força de segurança não estamos satisfeitos com o estado atual, tendo em conta que os terroristas nos últimos dias tiveram acesso às zonas mais distantes do centro de gravidade que nós assinalámos", disse o ministro Cristóvão Chume, aos jornalistas.
Correio da Manhã