Nelson14
GF Platina
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Maria era uma jovem médica infectologista que vivia num prédio de apartamentos.
Fazia muitas noites no hospital e, portanto, era vista frequentemente pelos vizinhos
a sair ao final da tarde e a voltar toda rebentada de manhã.
A pouco e pouco, a Maria foi notando que todos os dias se assomavam à janela
mais e mais pessoas, que olhavam para ela com um ar discriminatório e cochichavam entre si.
Os dias foram passando e era cada vez mais a vizinhança que vinha à janela.
A certa altura já todas as varandas se enchiam de gente cada vez que a Maria entrava ou saía de casa.
Certo dia a dona Alberta, do rés-do-chão, que era uma daquelas velhotas
coscuvilheiras bem espevitadas, perguntou à Maria quando a viu chegar a casa de manhã:
- Oh menina !... Desculpe a minha pergunta, mas a menina por acaso é médica?
- Não. Sou prostituta. Porquê?
- Ah pronto! Já estou mais descansada!
É que estava aqui cheia de medo que fosse médica e andasse a trazer o coronavírus aqui para o prédio!
A velha virou-se para a restante vizinhança e gritou bem alto:
- Falso alarme! É prostituta!
Ouviu-se um grande suspiro de alívio pela rua, à medida que toda a gente voltava para dentro de casa,
continuando as suas vidas como se nada se tivesse passado.