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Um consórcio internacional de 27 laboratórios sequenciou pela primeira vez o genoma de um parasita das plantas, um nemátodo que ataca em especial as raízes do tomateiro, segundo um estudo publicado este domingo pela revista Nature Biotechnology.
O verme analisado, o Meloidogyne incognita, é capaz de atacar mais de três mil plantas hospedeiras, sendo particularmente prejudicial para as culturas hortícolas de fruto, nomeadamente o tomate, o pimento e o melão, bem como o café e o algodão.
Segundo um comunicado do consórcio de laboratórios, a sequenciação do genoma do verme permitirá compreender a sua extraordinária capacidade de adaptação.
Durante a análise do genoma, os investigadores tiveram a surpresa de constatar que era constituído pela sobreposição de pelo menos dois genomas. Além disso, a taxa de divergência entre ambos é uma das mais importantes até agora observadas.
Esta particularidade genética poderá explicar a aquisição rápida de novas funções que confere a estes organismos assexuados a sua grande capacidade de adaptação, responsável pela sua vasta distribuição pelo planeta.
Os nemátodos colonizam todos os meios e representam uma grande parte da diversidade biológica, com 25 mil espécies descritas e mais de um milhão estimadas.
Outro resultado importante foi a identificação de um grande conjunto de enzimas que permitem a degradação da parede celular das plantas, sem paralelo no reino animal.
«Este estudo vai permitir lançar luz sobre o arsenal parasitário presente nestes destruidores de plantas e sobre os mecanismos genéticos que estão na origem da formidável capacidade de adaptação destes organismos assexuados«, explicou o coordenador do projecto, o investigador francês Pierre Abad.
O estudo abre caminho a novas soluções de luta contra os nemátodos, responsáveis por prejuízos estimados em várias dezenas de milhar de euros por ano em todo o mundo, num momento em que os meios químicos se tornaram problemáticos devido à sua toxicidade para o homem e o ambiente.
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