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Postos de vigia de fogos fechados durante a noite

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Postos de vigia de fogos fechados durante a noite

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Combate. Rede nacional não está preparada para incêndios

Postos de vigia de fogos fechados durante a noite

Governo desvaloriza situação. Bombeiros acham inadmissíve
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A rede nacional de postos de vigia florestal continua fechada entre a meia--noite e as oito da manhã o que impede a detecção atempada dos fogos. Os bombeiros consideram a situação inadmissível e o Governo remete para a GNR a gestão desta rede de detecção de incêndios. Os bombeiros lembram que a GNR não tem dinheiro para pagar horas extraordinárias aos guardas o que implica que durante a noite as torres de vigia não funcionem.

Desde o dia 1 deste mês que a Autoridade Nacional de Protecção Civil considera esta a fase de maior risco no combate aos fogos florestais, o que de acordo com a directiva operacional, obrigava a que os postos de vigia estivessem a funcionar 24 horas, só que "às 24 horas fechamos tudo e voltamos no dia seguinte às 8 horas", disse ao DN um elemento da GNR, responsável por esta rede de detecção primária. José Medeiros, secretário de Estado da Protecção Civil, disse ao DN que "o funcionamento da rede depende da ava- liação do grau de risco e existem postos fundamentais que permanecem abertos".

Só que os próprios centros de detecção, que recebem os alertas das torres de vigia, também encerram às 24 horas. O governante lembra que "a gestão das torres de vigia é responsabilidade operacional da GNR que a pratica de acordo com os índices de risco, avaliado diariamente e com a gestão do seu pessoal". Uma opinião que encontra a oposição da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP) que lembra que "esta é uma situação inaceitável porque o socorro tem que ser prestado 24 horas".

Fernando Curto, presidente da associação, adianta que "a rede de detecção é fundamental e constitui-se uma mais-valia no combate aos incêndios florestais até porque existe um elevado número de incêndios que deflagram durante a madrugada e para os quais uma detecção precoce ajuda num combate eficaz". Mas o secretário de Estado da Protecção Civil, José Medeiros, desvaloriza e alerta, referindo que "apenas 10% dos fogos detectados têm origem nos postos de vigia".

Fernando Curto defende mesmo "o funcionamento ao longo de todo o ano dos postos de vigia melhor localizados que permitem manter um olhar atento sobre a floresta". Isto porque, adianta, "os fogos ocorrem cada vez em maior número fora do período mais crítico". Para o dirigente, o encerramento nocturno desta estrutura "tem por base critérios economicistas, como o pagamento das horas à GNR, que não se compadecem com o socorro se atendermos aos custos ambientais provocados pelos incêndios".|


AMADEU ARAÚJO, Viseu
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