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ONU diz que dívida pública mundial é "crise silenciosa" e alerta para isolamento dos devedores
Conferência de Sevilha, que teve início na segunda-feira e termina na quinta-feira, pretende relançar a cooperação internacional e o financiamento ao desenvolvimento.
A agência das Nações Unidas para o comércio e o desenvolvimento alertou esta quarta-feira para o problema da dívida pública dos países em desenvolvimento e apelou ao fim do "isolamento dos devedores" face a um grupo de credores "muito coeso".
"Atualmente, 3.400 milhões de pessoas vivem em países que gastam mais com o pagamento da dívida do que em saúde ou educação", disse a secretária-geral da Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD, na sigla em inglês), Rebeca Grynspan, numa conferência de imprensa em Sevilha, Espanha, à margem da IV Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento da ONU.
Segundo dados das Nações Unidas, a dívida pública dos países em desenvolvimento ascendeu a 31 biliões de dólares (26,5 biliões de euros) em 2024, ano em que pagaram juros recorde de 921 mil milhões de dólares.
Ainda segundo as contas desta organização mundial, o financiamento ao desenvolvimento tem atualmente um défice de quatro biliões de dólares anuais e com uma reestruturação dos mecanismos as dívidas soberanas poderiam ser libertados recursos para investir na erradicação da pobreza e no progresso global.
A secretária-geral UNCTAD sublinhou que "em todos os fóruns em que se negoceia" a questão das dívidas soberanas, "os devedores não estão unidos".
"Uma assimetria que não é inevitável, é uma escolha", sublinhou Rebeca Grynspan.
A conferência de Sevilha, que teve início na segunda-feira e termina na quinta-feira, pretende relançar a cooperação internacional e o financiamento ao desenvolvimento.
Os líderes mundiais presentes na conferência - que se realiza uma vez a cada década -- adotaram um documento chamado "Compromisso de Sevilha" que propõe uma nova arquitetura para o financiamento do desenvolvimento, com novos mecanismos para mobilizar mais recursos, incluindo maior atração do setor privado, mais flexibilidade e agilidade por parte dos bancos de investimento, novos fóruns e regras para gestão das dívidas soberanas ou políticas fiscais internacionais e nacionais mais transparentes.
O documento pretende também que os processos de decisão relativos a dívidas públicas e investimentos tenham maior participação dos países em desenvolvimento, sublinhando que só com mais cooperação internacional e o reforço do sistema multilateral é possível combater a pobreza e promover o progresso global.
A secretária-geral da UNCTAD congratulou-se esta quarta-feira com o "Compromisso de Sevilha" porque "reconhece o compromisso e o imperativo de apoiar os fóruns de devedores para que os países partilhem experiências e estratégias para promover 'standards' de empréstimos responsáveis".
"É um ponto muito importante do documento e deve ser celebrado e aplicado" porque possibilita aos países em desenvolvimento "negociar melhor os seus interesses", defendeu Rebeca Gryspan.
"Esta é uma questão de importância vital para conseguir um financiamento sustentável e o Compromisso de Sevilha é fundamental", reforçou.
Rebeca Gryspan disse que "os devedores estão isolados e têm em frente um grupo bem coeso de credores", sendo necessário equilibrar forças.
Correio da Manhã

Conferência de Sevilha, que teve início na segunda-feira e termina na quinta-feira, pretende relançar a cooperação internacional e o financiamento ao desenvolvimento.
A agência das Nações Unidas para o comércio e o desenvolvimento alertou esta quarta-feira para o problema da dívida pública dos países em desenvolvimento e apelou ao fim do "isolamento dos devedores" face a um grupo de credores "muito coeso".
"Atualmente, 3.400 milhões de pessoas vivem em países que gastam mais com o pagamento da dívida do que em saúde ou educação", disse a secretária-geral da Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD, na sigla em inglês), Rebeca Grynspan, numa conferência de imprensa em Sevilha, Espanha, à margem da IV Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento da ONU.
Segundo dados das Nações Unidas, a dívida pública dos países em desenvolvimento ascendeu a 31 biliões de dólares (26,5 biliões de euros) em 2024, ano em que pagaram juros recorde de 921 mil milhões de dólares.
Ainda segundo as contas desta organização mundial, o financiamento ao desenvolvimento tem atualmente um défice de quatro biliões de dólares anuais e com uma reestruturação dos mecanismos as dívidas soberanas poderiam ser libertados recursos para investir na erradicação da pobreza e no progresso global.
A secretária-geral UNCTAD sublinhou que "em todos os fóruns em que se negoceia" a questão das dívidas soberanas, "os devedores não estão unidos".
"Uma assimetria que não é inevitável, é uma escolha", sublinhou Rebeca Grynspan.
A conferência de Sevilha, que teve início na segunda-feira e termina na quinta-feira, pretende relançar a cooperação internacional e o financiamento ao desenvolvimento.
Os líderes mundiais presentes na conferência - que se realiza uma vez a cada década -- adotaram um documento chamado "Compromisso de Sevilha" que propõe uma nova arquitetura para o financiamento do desenvolvimento, com novos mecanismos para mobilizar mais recursos, incluindo maior atração do setor privado, mais flexibilidade e agilidade por parte dos bancos de investimento, novos fóruns e regras para gestão das dívidas soberanas ou políticas fiscais internacionais e nacionais mais transparentes.
O documento pretende também que os processos de decisão relativos a dívidas públicas e investimentos tenham maior participação dos países em desenvolvimento, sublinhando que só com mais cooperação internacional e o reforço do sistema multilateral é possível combater a pobreza e promover o progresso global.
A secretária-geral da UNCTAD congratulou-se esta quarta-feira com o "Compromisso de Sevilha" porque "reconhece o compromisso e o imperativo de apoiar os fóruns de devedores para que os países partilhem experiências e estratégias para promover 'standards' de empréstimos responsáveis".
"É um ponto muito importante do documento e deve ser celebrado e aplicado" porque possibilita aos países em desenvolvimento "negociar melhor os seus interesses", defendeu Rebeca Gryspan.
"Esta é uma questão de importância vital para conseguir um financiamento sustentável e o Compromisso de Sevilha é fundamental", reforçou.
Rebeca Gryspan disse que "os devedores estão isolados e têm em frente um grupo bem coeso de credores", sendo necessário equilibrar forças.
Correio da Manhã