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Região do Douro/Vinho do Porto
Historial
Remonta de tempos imemoriáveis a origem do vinho do Porto.
Diz-se que já no tempo dos romanos se fazia vinho no Douro e que centuriões e legionários mitigavam com ele as saudades da pátria Roma.
No entanto foi no ano de 1659, durante o protectorado de Oliver Cromwel, que foi nomeado o primeiro cônsul britânico para a cidade do Porto, que foi incrementada a produção deste vinho.
No ano de 1678, um comerciante de vinhos inglês mandou os seus dois filhos para Portugal aprender sobre vinhos e foi numa viagem de recreio que estes dois rapazes vieram ter à cidade do Porto.
Conta a História que se instalaram num mosteiro da região do Douro, onde provaram um vinho que desconheciam por completo e com o qual ficaram tão encantados que depois de lhe juntarem um pouco de aguardente portuguesa, fortificando-o assim para que aguentassem a longa viagem marítima, carregaram todo o vinho que conseguiram obter, com destino à Inglaterra. Esta pode ser considerada a origem do vinho do Porto.
Em Dezembro de 1703 foi assinado com a Inglaterra um tratado comercial, conhecido pelo tratado de Methuwen, o qual admitia a entrada de vinho português nas ilhas britânicas, com impostos preferenciais em relação aos que sobrecarregavam os vinhos franceses e alemães, tornando-se assim o vinho do Porto uma bebida muito popular.
Este tratado foi o primeiro marco na história do vinho do Porto.
A lei portuguesa estabeleceu uma área limitada junto à margem do curso superior do rio Douro, conhecida como «região do Douro», a única parte do mundo onde o vinho do Porto pode e deve ser feito.
No ano de 1914, Portugal assinou um outro tratado com o governo britânico, onde se reconheceu a palavra «Port». Nesse tratado havia uma cláusula importante que exigia que o vinho do Porto viesse única e simplesmente do distrito do Douro.
Nos anos de 1932 e 1933 o governo português deu um grande passo para organizar o controle desta indústria e foram criados três organismos oficiais.
O primeiro chama-se «Casa do Douro» ou Federação dos Lavradores e ocupa-se dos aspectos agrícola e de produção.
O segundo é o «Grémio dos Exportadores de Vinho do Porto», que se ocupa da exportação deste vinho.
Todos os exportadores têm que ser membros deste grémio para poderem obter o certificado de exportação.
O terceiro organismo chama-se «Instituto do Vinho do Porto».
Este organismo ficaliza os outros dois e ao mesmo tempo trata de assuntos de publicidade e fraude.
É a única entidade que emite os certificados de garantia.
Produção
Em 1926 foi criado o entreposto de Gaia, situado em Vila Nova de Gaia, parte Sul do rio Douro em frente ao Porto.
Lá se encontram os armazéns dos exportadores.
Actualmente o vinho do Porto é transportado do distrito do Douro para Gaia através do caminho-de-ferro, embora ainda se utilizem os típicos barcos rabelos (apenas para transportar pequenas quantidades de vinho).
As quintas pertencem, na maioria dos casos, aos lavradores que fazem o vinho para os exportadores ou vendem o «mosto» (o sumo fermentado sem a adição de aguardente) aos exportadores.
Neste caso são os próprios exportadores que fazem o vinho.
As vinhas são podadas entre Novembro e Fevereiro e os enxertos fazem-se entre Janeiro e Março.
As uvas produzidas nas vinhas da região do Douro são mais pequenas do que eram há uns anos atrás.
Em 1879, a temível filoxera desceu a Europa e atacou as velhas vinhas do Douro, que não resistiram.
Para proteger as vinhas deste mal, plantaram-se vinhas de tipo americano, porque se descobriu que a raiz podia suportar o ataque.
Enxertou-se a vinha americana com a vinha nacional.
Esta medida salvou os vinhedos do Douro e foi adaptada em quase todas as regiões do mundo produtoras de vinho.
Dizem-nos alguns documentos que esta é a razão da diminuição das uvas.
A qualidade do vinho do Douro está na razão inversa da quantidade produzida.
Mil pés de vinha podem dar de meia pipa a seis pipas.
Os melhores locais raramente produzem mais de duas pipas por cada mil pés.
A pipa é a medida padrão em que se envelhece e exporta o vinho do Porto.
A capacidade da pipa é de 534 litros.
Definição
O vinho do Porto é um vinho generoso produzido exclusivamente na região demarcada do Douro, envelhecido no entreposto de Gaia e exportado da cidade do Porto, que lhe dá o nome. É obtido a partir de uvas tintas ou brancas, cuja fermentação é interrompida com a adição de aguardente vínica, sendo depois transportado para armazéns de Gaia, onde fica a envelhecer.
O vinho do Porto pode ter uma graduação alcoólica entre os 18º e os 22º. Este vinho deve as suas inconfundíveis características (sabor, aroma e corpo) às peculiares condições agro-climatéricas da região demarcada do Douro.
Envelhecimento
O vinho do Porto é envelhecido pelos seguintes processos:
- casco
- garrafa
- casco e garrafa.
No tempo de envelhecimento o vinho do Porto tinto adquire vários tons de cor:
*Retinto (full) - vinho novo, encorpado, com acentuado sabor a fruto
*Tinto (red) - vinho ainda novo, tom avermelhado, vinoso, sabor e corpo semelhante ao retinto
*Tinto alourado (ruby) - vinho com oito a dez anos de envelhecimento e com cor de rubi
*Alourado (tawny) - vinho com quinze a vinte anos de envelhecimento, alourado, de tom amarelado, já pleno de qualidades, lotado e refrescado com outros mais novos para lhe darem frescura
*Alourado claro (light - tawny) - vinho de grande categoria, na fase final de envelhecimento, tendo atingido o auge das suas qualidades. Embora produto de várias e cuidadosas lotações, degenera se não for refrescado com vinhos mais novos que permitam a sua existência indefinida.
O vinho do Porto branco com o envelhecimento adquire os seguintes tons de cor:
*Branco pálido - vinho novo, com menos ácidos e menos corpo que o tinto. É mais macio de paladar
*Branco palha (Straw Coloured White) - vinho mais velho e carregado de cor que o branco pálido
*Branco Dourado ( ) - vinho com nuance de ouro velho correspondente ao máximo da sua qualidade, tendo de ser refrescado para se manter.
- Continua -