Jorge acabou os trabalhos de casa e preparou a pasta para o dia seguinte. Tinha agora tempo para brincar. Gostava de brincar aos astronautas, mas sozinho não tinha graça.
Jorge vai ver o que a irmã está a fazer: sentada no tapete, ela tenta meter num fio anéis de plástico às cores. É quatro anos mais nova e não percebe nada daquele jogo. Nem consegue somar um mais um.
“Que irmã tão palerma”, pensa Jorge. “Porque é que a minha irmã não podia ser um irmão mais velho? Ao menos agora tinha um co-piloto.” Furioso, Jorge bate com o pé no chão.
— Vês? Deixei cair os anéis todos por tua causa! — grita a irmã de Jorge e começa a chorar.
— Bem podes pendurar o teu colar nas orelhas! — grita Jorge ao sair do quarto.
— Mamã! — pergunta Jorge na cozinha. — Queres ser o meu co-piloto? Vou voar agora para Júpiter.
— Para que é que tens a tua irmã?
Isto também Jorge se pergunta às vezes… Será que o pai tem tempo? Está sentado na sala a arrumar os jornais.
— Papá! — chama Jorge. — Vens voar comigo para Júpiter com a minha nave espacial “Estrela Branca”? Preciso rapidamente de um co-piloto.
— Agora não, Jorge. Bem vês que estou a arrumar os meus jornais.
Jorge fica a pensar no que pode fazer. Ir a casa do seu amigo António, ao lado? Às vezes brinca com ele. Mas brincar com os pais é sempre melhor. É quase como fazer anos.
Amuado, Jorge volta para o quarto dos brinquedos. Senta-se no tapete ao lado da irmã para ter alguém que o escute.
— Sabes o que é que eu gostava de ter? Mais um dia na semana — diz ele. — Um dia da semana em que os pais fossem só para nós. Um oitavo dia na semana. E sabes como se chamaria? Uhm… deixa cá ver…
Jorge pensa. Diz o nome dos dias da semana em voz alta. Começa na terça-feira porque hoje é terça:
— Terça-feira, quarta-feira, quinta-feira, sexta-feira, sábado, domingo… já sei! — exclama. — Vai chamar-se “presença”. E vem logo a seguir ao domingo. Bastava meter o dia-da-presença no meio dos outros dias.
Jorge põe-se em sentido em frente da irmã e diz em tom cerimonioso:
— Eu, piloto da nave espacial “Estrela Branca”, decreto que haverá o Dia-da-Presença, o dia da semana em que todos os pais brincarão com os filhos àquilo que os filhos quiserem. A partir de hoje, a semana passa então a ser: domingo, dia-da-presença, segunda-feira! E depois continua como normalmente.
A irmã de Jorge ri-se.
Jorge escreve este desejo para o Natal. E escreve também porque é que quer o dia-da-presença: nesse dia, os pais hão-de brincar com ele. O dia inteiro!
Mas os pais riem e dizem:
— Só tu! És um sonhador! — O pai faz-lhe uma festa na cabeça. Depois agarra-o ternamente pelos cabelos e abana-o, como se pudesse sacudir-lhe os sonhos da cabeça.
Pelo Natal, Jorge recebeu um gravador. Não um dia-da-presença. O que há de melhor no gravador é que a irmã não tem autorização para mexer nele…
Jorge vai ver o que a irmã está a fazer: sentada no tapete, ela tenta meter num fio anéis de plástico às cores. É quatro anos mais nova e não percebe nada daquele jogo. Nem consegue somar um mais um.
“Que irmã tão palerma”, pensa Jorge. “Porque é que a minha irmã não podia ser um irmão mais velho? Ao menos agora tinha um co-piloto.” Furioso, Jorge bate com o pé no chão.
— Vês? Deixei cair os anéis todos por tua causa! — grita a irmã de Jorge e começa a chorar.
— Bem podes pendurar o teu colar nas orelhas! — grita Jorge ao sair do quarto.
— Mamã! — pergunta Jorge na cozinha. — Queres ser o meu co-piloto? Vou voar agora para Júpiter.
— Para que é que tens a tua irmã?
Isto também Jorge se pergunta às vezes… Será que o pai tem tempo? Está sentado na sala a arrumar os jornais.
— Papá! — chama Jorge. — Vens voar comigo para Júpiter com a minha nave espacial “Estrela Branca”? Preciso rapidamente de um co-piloto.
— Agora não, Jorge. Bem vês que estou a arrumar os meus jornais.
Jorge fica a pensar no que pode fazer. Ir a casa do seu amigo António, ao lado? Às vezes brinca com ele. Mas brincar com os pais é sempre melhor. É quase como fazer anos.
Amuado, Jorge volta para o quarto dos brinquedos. Senta-se no tapete ao lado da irmã para ter alguém que o escute.
— Sabes o que é que eu gostava de ter? Mais um dia na semana — diz ele. — Um dia da semana em que os pais fossem só para nós. Um oitavo dia na semana. E sabes como se chamaria? Uhm… deixa cá ver…
Jorge pensa. Diz o nome dos dias da semana em voz alta. Começa na terça-feira porque hoje é terça:
— Terça-feira, quarta-feira, quinta-feira, sexta-feira, sábado, domingo… já sei! — exclama. — Vai chamar-se “presença”. E vem logo a seguir ao domingo. Bastava meter o dia-da-presença no meio dos outros dias.
Jorge põe-se em sentido em frente da irmã e diz em tom cerimonioso:
— Eu, piloto da nave espacial “Estrela Branca”, decreto que haverá o Dia-da-Presença, o dia da semana em que todos os pais brincarão com os filhos àquilo que os filhos quiserem. A partir de hoje, a semana passa então a ser: domingo, dia-da-presença, segunda-feira! E depois continua como normalmente.
A irmã de Jorge ri-se.
Jorge escreve este desejo para o Natal. E escreve também porque é que quer o dia-da-presença: nesse dia, os pais hão-de brincar com ele. O dia inteiro!
Mas os pais riem e dizem:
— Só tu! És um sonhador! — O pai faz-lhe uma festa na cabeça. Depois agarra-o ternamente pelos cabelos e abana-o, como se pudesse sacudir-lhe os sonhos da cabeça.
Pelo Natal, Jorge recebeu um gravador. Não um dia-da-presença. O que há de melhor no gravador é que a irmã não tem autorização para mexer nele…