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"Se alguém é culpado, há sempre que pedir desculpa. Se concluirmos que somos culpados, se eles nos convencerem (...), pediremos desculpa, de certeza", afirmou Lukashenko, citado pela agência de notícias bielorrussa BELTA.
A Lituânia encerrou no domingo a fronteira com a Bielorrússia depois de o aeroporto de Vílnius ter interrompido as operações pelo terceiro dia consecutivo devido à presença de balões no espaço aéreo alegadamente usados por contrabandistas de tabaco bielorrussos.
Lukashenko qualificou como absurdo que o argumento para o encerramento da fronteira por parte do país membro da União Europeia (UE) e da NATO seja a atividade de contrabandistas.
"Mesmo para um país tão pequeno como a Lituânia, isso é uma insignificância", afirmou, ao intervir na III Conferência Internacional sobre Segurança Eurasiática que se realiza em Minsk, segundo a agência de notícias espanhola EFE.
Lukashenko insistiu que a questão deve ser solucionada no local de destino dos balões, a Lituânia, argumentando que não voaram para o país vizinho "assim do nada".
"Alguém os recebeu lá, alguém estava interessado. É preciso encontrar essas coisas e cortar [o mal] pela raiz", afirmou.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, classificou hoje como provocação as incursões no espaço aéreo lituano de balões provenientes da Bielorrússia.
"Isto é uma provocação, é uma ameaça híbrida que não podemos tolerar", afirmou numa conferência de imprensa em Estocolmo, no âmbito da cimeira anual do Conselho Nórdico.
Von der Leyen disse que as incursões são mais um argumento para apoiar o plano de rearmamento europeu para 2030 e a iniciativa de um novo sistema conjunto antidrones.
A primeira-ministra da Lituânia, Inga Ruginiene, anunciou na segunda-feira que o exército lituano poderá abater os balões dos alegados contrabandistas.
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, manifestou no domingo "plena solidariedade" com a Lituânia e pediu ao Governo bielorrusso que pusesse fim às "ações persistentes e provocativas contra a UE e os seus Estados-membros".
"Estas atividades híbridas devem cessar e a Bielorrússia deve prevenir novos incidentes", escreveu Costa nas redes sociais.
O ex-primeiro-ministro português assegurou que a UE continuará a pressionar Minsk "pela sua cumplicidade na guerra da Rússia contra a Ucrânia e apoiará a proteção da fronteira oriental" do bloco europeu.
Lukashenko, aliado da Rússia na guerra de Moscovo contra a Ucrânia, garantiu que os balões nada têm a ver com "nenhum contrabando especial", numa alusão a ações desestabilizadoras em países da UE e da NATO.
Afirmou que a Bielorrússia não está interessada num agravamento de tensões com a Europa, "nem mesmo com a Lituânia e a Polónia".
Negou também "alegações persistentes" de que a Bielorrússia e a Rússia planeiam uma agressão militar contra a Polónia ou os estados Bálticos.
"Ouço isto desde que sou Presidente. É um completo disparate", disse Lukashenko, 71 anos, no cargo desde 1994, sendo o primeiro e até agora único chefe de Estado da antiga república soviética.
O Ministério do Interior da Lituânia, responsável pelo Serviço de Guarda Fronteiriça, afirmou que "o número de balões de contrabando detetados em 2025 (557) é mais do dobro do que em 2024 (226)".
As autoridades lituanas apreenderam este anos mais de 1,1 milhões de maços de cigarros transportados por via aérea, dos quais cerca de 800.000 foram transportados através de balões.
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