Rotertinho
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Primeiro-ministro fala de medidas de austeridade
José Sócrates: “Fiz tudo para não aumentar os impostos”
O primeiro-ministro disse esta terça-feira que tudo fez para não aumentar os impostos, mas que teve de fazê-lo porque “o Mundo mudou nas últimas três semanas”.
Em entrevista à RTP1, José Sócrates explicou que a subida abrupta dos juros da dívida soberana do País forçaram a medidas excepcionais. Mas que o “ataque especulativo” não foi só dirigido a Portugal, mas a toda a Europa.
“Fiz tudo para não aumentar os impostos. Simplesmente a realidade mudou nestas três semanas. Estas três semanas foram decisivas para que toda a Europa mudasse”, disse José Sócrates.
Sobre a acção da Zona Euro, o líder do PS referiu estar de acordo porque “de nada valeria se cada país agisse por si, a Europa precisava de agir em conjunto”.
“O que estamos a assistir é um ataque ao Euro. Esse foi o engano da Europa... O ataque à Grécia não era um ataque a um país mas um ataque sistémico e à moeda única”, referiu.
Quanto às medidas de austeridade em concreto, José Sócrates disse que não sente necessidade de pedir desculpas aos portugueses porque elas são “absolutamente imprescindíveis para defender o País e a economia”.
“Nunca deixei de cumprir o meu dever. Ninguém me verá a pedir desculpas por cumpri-lo. Teria de pedir desculpa a todos os portugueses se não tivesse coragem de tomar as medidas necessárias”, sublinhou. “Alguém só precisa de pedir desculpas, quando não faz o que deve”, disse ainda.
O primeiro-ministro explicou que o esforço agora exigido “é colectivo, nacional, mas é um esforço distribuído com equilíbrio” e voltou a justificar as medidas com o “ataque à dívida soberana” que subiu de 5 para 7% numa semana.
“Todos, à sua maneira, estão a tomar medidas”, referiu, dando os exemplos da Alemanha, Itália ou Espanha. “O ataque especulativo foi absolutamente inesperado. Depois de termos estado a recuperar a economia, nunca pensei que houvesse”, sustentou.
Ainda sobre as medidas de austeridade, José Sócrates reconheceu que era preciso “tomá-las para que tivessem um resultado imediato”, tendo deixado de lado sugestões que a seu ver não seriam correctas como agir sobre o 13.º mês, o vencimento dos funcionários públicos ou a forte taxação das empresas.
DESPREOCUPADO COM FUTURO POLÍTICO
Em matéria da redução do salário dos políticos, Sócrates reiterou que a medida foi uma cedência ao PSD, no âmbito do compromisso entre ambos, e que não a tomaria por si próprio, dado que “reduzir os salários dos políticos sem mexer nos salários da administração pública fragiliza a democracia”.
“Isso não é verdade”, disse quanto à questão de que a classe política ganha muito.
“Tenho consciência de que estas medidas têm um efeito recessivo, mas era preciso tomá-las. Quaisquer medidas de austeridade por parte do Estado têm um efeito recessivo. O problema número um de Portugal chama-se recuperação económica”, sustentou.
Sobre o acordo com o PSD, Sócrates explicou que sempre se tinha empenhado em fazê-lo, mas que nunca tinha sentido acolhimento ou disponibilidade. “Nunca tive do outro lado ninguém que quisesse fazer o mínimo dos acordos.”
“O meu interesse é servir bem o meu País”, explicitou, referindo que, na presente conjuntura, isso passa por um acordo com o PSD. No entanto, Sócrates sublinhou que não precisa do maior partido da Oposição e que Passos Coelho só aceitou o compromisso “porque acha que é bom para o País.
'O MEDO É MAU CONSELHEIRO”
O líder do Executivo disse ainda na mesma entrevista, conduzida por Judite de Sousa e José Alberto Carvalho, que o investimento público não se concentra no TGV e no Aeroporto e lembrou que é preciso Portugal modernizar as suas infra-estruturas para não ficar “marginalizado” e com a posição de periferia da Europa. “Não desistimos de nos integrarmos bem no espaço europeu”, justificou-se sobre a posição do PS.
Sócrates disse que não é possível gerir um País com base no medo, porque “o medo é mau conselheiro”, embora tenha reconhecido que a actual conjuntura implicou ajustes, nomeadamente a suspensão da terceira travessia do Tejo e o adiamento “por um pouco” do concurso do novo Aeroporto.
COMISSÃO DE INQUÉRITO: “PREPARADO PARA TUDO”
Sobre a Comissão de Inquérito, à qual respondeu por escrito, José Sócrates reiterou desconhecer o negócio entre a Portugal Telecom e a TVI, apesar de ler notícias nos jornais.
Quanto às dúvidas geradas sobre as respostas às 74 perguntas feitas pelos deputados, José Sócrates disse que assiste a “um espectáculo lamentável”.
“Em que é que se baseiam para duvidarem?”, interrogou-se. Mais: o primeiro-ministro acusou alguns dos membros da comissão de quererem “instrumentalizar as instituições para atacarem um político”.
“Estou preparado para tudo. Depois do que passei estou preparado para tudo”, rematou.
Correio da Manha
José Sócrates: “Fiz tudo para não aumentar os impostos”
O primeiro-ministro disse esta terça-feira que tudo fez para não aumentar os impostos, mas que teve de fazê-lo porque “o Mundo mudou nas últimas três semanas”.
Em entrevista à RTP1, José Sócrates explicou que a subida abrupta dos juros da dívida soberana do País forçaram a medidas excepcionais. Mas que o “ataque especulativo” não foi só dirigido a Portugal, mas a toda a Europa.
“Fiz tudo para não aumentar os impostos. Simplesmente a realidade mudou nestas três semanas. Estas três semanas foram decisivas para que toda a Europa mudasse”, disse José Sócrates.
Sobre a acção da Zona Euro, o líder do PS referiu estar de acordo porque “de nada valeria se cada país agisse por si, a Europa precisava de agir em conjunto”.
“O que estamos a assistir é um ataque ao Euro. Esse foi o engano da Europa... O ataque à Grécia não era um ataque a um país mas um ataque sistémico e à moeda única”, referiu.
Quanto às medidas de austeridade em concreto, José Sócrates disse que não sente necessidade de pedir desculpas aos portugueses porque elas são “absolutamente imprescindíveis para defender o País e a economia”.
“Nunca deixei de cumprir o meu dever. Ninguém me verá a pedir desculpas por cumpri-lo. Teria de pedir desculpa a todos os portugueses se não tivesse coragem de tomar as medidas necessárias”, sublinhou. “Alguém só precisa de pedir desculpas, quando não faz o que deve”, disse ainda.
O primeiro-ministro explicou que o esforço agora exigido “é colectivo, nacional, mas é um esforço distribuído com equilíbrio” e voltou a justificar as medidas com o “ataque à dívida soberana” que subiu de 5 para 7% numa semana.
“Todos, à sua maneira, estão a tomar medidas”, referiu, dando os exemplos da Alemanha, Itália ou Espanha. “O ataque especulativo foi absolutamente inesperado. Depois de termos estado a recuperar a economia, nunca pensei que houvesse”, sustentou.
Ainda sobre as medidas de austeridade, José Sócrates reconheceu que era preciso “tomá-las para que tivessem um resultado imediato”, tendo deixado de lado sugestões que a seu ver não seriam correctas como agir sobre o 13.º mês, o vencimento dos funcionários públicos ou a forte taxação das empresas.
DESPREOCUPADO COM FUTURO POLÍTICO
Em matéria da redução do salário dos políticos, Sócrates reiterou que a medida foi uma cedência ao PSD, no âmbito do compromisso entre ambos, e que não a tomaria por si próprio, dado que “reduzir os salários dos políticos sem mexer nos salários da administração pública fragiliza a democracia”.
“Isso não é verdade”, disse quanto à questão de que a classe política ganha muito.
“Tenho consciência de que estas medidas têm um efeito recessivo, mas era preciso tomá-las. Quaisquer medidas de austeridade por parte do Estado têm um efeito recessivo. O problema número um de Portugal chama-se recuperação económica”, sustentou.
Sobre o acordo com o PSD, Sócrates explicou que sempre se tinha empenhado em fazê-lo, mas que nunca tinha sentido acolhimento ou disponibilidade. “Nunca tive do outro lado ninguém que quisesse fazer o mínimo dos acordos.”
“O meu interesse é servir bem o meu País”, explicitou, referindo que, na presente conjuntura, isso passa por um acordo com o PSD. No entanto, Sócrates sublinhou que não precisa do maior partido da Oposição e que Passos Coelho só aceitou o compromisso “porque acha que é bom para o País.
'O MEDO É MAU CONSELHEIRO”
O líder do Executivo disse ainda na mesma entrevista, conduzida por Judite de Sousa e José Alberto Carvalho, que o investimento público não se concentra no TGV e no Aeroporto e lembrou que é preciso Portugal modernizar as suas infra-estruturas para não ficar “marginalizado” e com a posição de periferia da Europa. “Não desistimos de nos integrarmos bem no espaço europeu”, justificou-se sobre a posição do PS.
Sócrates disse que não é possível gerir um País com base no medo, porque “o medo é mau conselheiro”, embora tenha reconhecido que a actual conjuntura implicou ajustes, nomeadamente a suspensão da terceira travessia do Tejo e o adiamento “por um pouco” do concurso do novo Aeroporto.
COMISSÃO DE INQUÉRITO: “PREPARADO PARA TUDO”
Sobre a Comissão de Inquérito, à qual respondeu por escrito, José Sócrates reiterou desconhecer o negócio entre a Portugal Telecom e a TVI, apesar de ler notícias nos jornais.
Quanto às dúvidas geradas sobre as respostas às 74 perguntas feitas pelos deputados, José Sócrates disse que assiste a “um espectáculo lamentável”.
“Em que é que se baseiam para duvidarem?”, interrogou-se. Mais: o primeiro-ministro acusou alguns dos membros da comissão de quererem “instrumentalizar as instituições para atacarem um político”.
“Estou preparado para tudo. Depois do que passei estou preparado para tudo”, rematou.
Correio da Manha