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O jornal britânico The Guardian relatou hoje o testemunho deste imigrante, cujo nome, idade e nacionalidade não foram divulgados, expondo as fragilidades do acordo de repatriamento franco-britânico, em que por cada imigrante que entre, outro sai. O acordo foi apresentado como uma das soluções para o aumento da imigração ilegal no Canal da Mancha.
O caso deste migrante, que regressou ao Reino Unido pelos próprios meios, foi confirmado ao jornal pelas autoridades britânicas, estando, atualmente, num centro de detenção para imigrantes.
O homem afirmou ao diário que nunca teria regressado se se tivesse sentido seguro, mas insistiu que temia pela sua vida em França, onde, na primeira chegada, caiu nas mãos de uma rede de contrabandistas "muito perigosos", sempre armados com pistolas e facas, que o obrigaram a trabalhar sob ameaça e dele abusaram.
O acordo de repatriamento recíproco, alcançado em junho e implementado apenas em setembro, permite ao Reino Unido deportar para França um migrante que tenha chegado de forma irregular ao território britânico, em troca da aceitação de um requerente de asilo proveniente do país vizinho que não tenha anteriormente tentado atravessar o Canal da Mancha.
Os números divulgados até ao momento são relativamente modestos: até domingo, 19 de outubro, 42 pessoas tinham sido devolvidas a França, contra 23 devolvidas ao Reino Unido, de acordo com dados do Ministério do Interior britânico.
Em ambos os países, a questão da imigração tornou-se um dos grandes temas do debate político, deu força à extrema-direita e obrigou os restantes partidos, incluindo os progressistas, a endurecerem os discursos contra a chegada de estrangeiros.
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