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Deputada aliada de Bolsonaro condenada a 10 anos de cadeia e perda do mandato
Parlamentar foi considerada culpada por crimes informáticos e incitação a atos antidemocráticos e contra as instituições, nomeadamente o poder judiciário.
A deputada federal brasileira Carla Zambelli, do Partido Liberal (PL), uma das principais e mais aguerridas aliadas do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi condenada esta quarta-feira a 10 anos de prisão e à perda do mandato. A decisão foi tomada por unanimidade pelos cinco juízes da Primeira Turma do STF, Supremo Tribunal Federal.
A parlamentar, figura recorrente nas páginas de política e de polícia pelo seu radicalismo, foi considerada culpada por crimes informáticos e incitação a atos antidemocráticos e contra as instituições, nomeadamente o poder judiciário. De acordo com a PGR, Procuradoria-Geral da República, que fez a acusação formal ao STF, Carla Zambelli contratou um hacker, Walter Delgatti, que está em prisão preventiva desde o ano passado e foi condenado no mesmo processo a oito anos e três meses de cadeia, para ele invadir o sistema informático do Conselho Nacional de Justiça, CNJ, o órgão de tutela da justiça brasileira, e inserir documentos falsos.
Nessa ação, e numa clara provocação, Carla Zambelli e Walter Delgatti chegaram a emitir um falso mandado de prisão contra o juiz Alexandre de Moraes, relator dos processos contra Jair Bolsonaro no STF, e que foi relator também do processo que condenou a parlamentar e o hacker. A intenção, avaliaram a PGR e o próprio STF, era desacreditar a justiça brasileira e o sistema eleitoral, mostrando que era possível invadir os sistemas informáticos, mudar decisões e, principalmente, alterar votos registados nas urnas eletrónicas usadas no processo eleitoral.
Carla Zambelli ainda pode recorrer, mas a condenação por unanimidade reduz praticamente a zero a probalidade de reversão da condenação. Caso os recursos sejam rejeitados, como é a estimativa nos meios jurídicos e políticos, a Câmara dos Deputados deverá confirmar a perda do mandato da deputada, condenada ainda à inelegibilidade por oito anos.
Extremamente radical e explosiva, Carla Zambelli enfrenta outro processo, por ter perseguido de pistola na mão por várias ruas de São Paulo um jornalista negro com quem tinha discutido minutos antes num restaurante e ter disparado contra ele, sem o atingir, no meio de inúmeras pessoas que não tinham nada a ver com o incidente e poderiam ter sido atingidas. Inicialmente encarado como um grande trunfo por Jair Bolsonaro e pelo Partido Liberal, o radicalismo de Carla Zambelli transformou-se a pouco e pouco num grande problema, a parlamentar passou a ser uma pessoa incómoda para o bolsonarismo, e até o antigo presidente a acusou de ter parte da responsabilidade na derrota dele nas presidenciais de 2022 ao assustar os eleitores com as suas ações extremistas.
Correio da Manhã

Parlamentar foi considerada culpada por crimes informáticos e incitação a atos antidemocráticos e contra as instituições, nomeadamente o poder judiciário.
A deputada federal brasileira Carla Zambelli, do Partido Liberal (PL), uma das principais e mais aguerridas aliadas do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi condenada esta quarta-feira a 10 anos de prisão e à perda do mandato. A decisão foi tomada por unanimidade pelos cinco juízes da Primeira Turma do STF, Supremo Tribunal Federal.
A parlamentar, figura recorrente nas páginas de política e de polícia pelo seu radicalismo, foi considerada culpada por crimes informáticos e incitação a atos antidemocráticos e contra as instituições, nomeadamente o poder judiciário. De acordo com a PGR, Procuradoria-Geral da República, que fez a acusação formal ao STF, Carla Zambelli contratou um hacker, Walter Delgatti, que está em prisão preventiva desde o ano passado e foi condenado no mesmo processo a oito anos e três meses de cadeia, para ele invadir o sistema informático do Conselho Nacional de Justiça, CNJ, o órgão de tutela da justiça brasileira, e inserir documentos falsos.
Nessa ação, e numa clara provocação, Carla Zambelli e Walter Delgatti chegaram a emitir um falso mandado de prisão contra o juiz Alexandre de Moraes, relator dos processos contra Jair Bolsonaro no STF, e que foi relator também do processo que condenou a parlamentar e o hacker. A intenção, avaliaram a PGR e o próprio STF, era desacreditar a justiça brasileira e o sistema eleitoral, mostrando que era possível invadir os sistemas informáticos, mudar decisões e, principalmente, alterar votos registados nas urnas eletrónicas usadas no processo eleitoral.
Carla Zambelli ainda pode recorrer, mas a condenação por unanimidade reduz praticamente a zero a probalidade de reversão da condenação. Caso os recursos sejam rejeitados, como é a estimativa nos meios jurídicos e políticos, a Câmara dos Deputados deverá confirmar a perda do mandato da deputada, condenada ainda à inelegibilidade por oito anos.
Extremamente radical e explosiva, Carla Zambelli enfrenta outro processo, por ter perseguido de pistola na mão por várias ruas de São Paulo um jornalista negro com quem tinha discutido minutos antes num restaurante e ter disparado contra ele, sem o atingir, no meio de inúmeras pessoas que não tinham nada a ver com o incidente e poderiam ter sido atingidas. Inicialmente encarado como um grande trunfo por Jair Bolsonaro e pelo Partido Liberal, o radicalismo de Carla Zambelli transformou-se a pouco e pouco num grande problema, a parlamentar passou a ser uma pessoa incómoda para o bolsonarismo, e até o antigo presidente a acusou de ter parte da responsabilidade na derrota dele nas presidenciais de 2022 ao assustar os eleitores com as suas ações extremistas.
Correio da Manhã