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Investigadores britânicos esperam conseguir produzir quantidades ilimitadas de sangue artificial para transfusões num prazo de três anos.
Na realidade, este sangue não terá nada de artificial - será desenvolvido a partir de células estaminais embrionárias - e a designação artificial refere-se apenas ao facto de ser fabricado em laboratório, um sonho da comunidade médica mundial com mais de 50 anos.
O projecto de investigação, revelado ontem pelo jornal britânico The Independent, será liderado por Marc Turner, professor da Universidade de Edimburgo e director do serviço de sangue e transfusões da Escócia -, envolve também os serviços de sangue ingleses e o Wellcome Trust, uma fundação privada de apoio à investigação na medicina.
O plano é simples: estimular células estaminais de embriões humanos para que dêem origem a células do sangue: glóbulos vermelhos.
Recorrendo aos embriões que sobram dos tratamentos de fertilidade, os cientistas vão procurar aqueles que estão geneticamente programados para desenvolver o tipo 0 negativo - o do dador universal, que pode ser dado a qualquer pessoa sem perigo de rejeição.
Este tipo é relativamente raro, sendo encontrado em apenas 7% da população mundial, mas em laboratório poderá ser desenvolvido em grandes quantidades devido à capacidade que as células estaminais têm de se multiplicar indefinidamente. Em teoria, um único embrião seria capaz de satisfazer as necessidades de sangue de um país, diz o jornal.
Além de ser compatível com qualquer humano, o sangue produzido em laboratório será sempre seguro e livre de infecções, garantem os investigadores.
Para o presidente do Instituto Português do Sangue (IPS), Gabriel de Olim, esta solução pode ser especialmente útil para situações de guerra, em que há muita necessidade de sangue e grande dificuldade de acesso.
O responsável reconhece que a investigação com células estaminais é um dos caminhos mais prometedores para criar sangue "artificial" mas duvida que se "encontre um substituto credível para o sangue natural nos próximos anos".
"Devem ser feitos todos os esforços possíveis para o conseguir porque seria óptimo, mas a doação será sempre o meio mais barato", alerta Gabriel Olim, lembrando que estes produtos nunca saem baratos. " Toda esta investigação paga-se, não tenho dúvidas", conclui.
Segundo o o presidente do IPS, a aposta deve ser em criar sangue ou produtos similares mais fáceis de armazenar e transportar para dar resposta a situações de emergência.
DN