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Investigadores da Universidade de São Paulo desenvolveram um filme plástico com efeito bactericida que aumenta a vida útil dos alimentos.
Isso foi possível porque os investigadores do Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares) desenvolveram o produto com nanopartículas de prata que demonstraram serem eficazes na eliminação de bactérias causadoras de infecções em seres humanos, sem serem tóxicas.
A pesquisa utilizou o polipropileno, um tipo de plástico de valor relativamente baixo, o que favorece a sua utilização no produto.
A colocação das nanopartículas foi feita numa máquina específica para isso.
As nanopartículas interagem com componentes celulares vitais, como o ADN, impedindo a divisão celular e consequente morte da bactéria.
Já a acção bactericida das nanopartículas de prata acontece no contato directo com os microorganismos, afirma o cientista Washington Oliani, que realizou o estudo no Laboratório de Polímeros do Centro de Química e Meio Ambiente do Ipen.
«O polipropileno, a prata e outros componentes, no formato de grãos, são inseridos numa máquina extrusora, aparelho que faz a fusão dessas substâncias através de aquecimento.
A partir desse processo é obtido um material em forma de fios finos», relata Oliani.
O efeito bactericida dos filmes com nanopartículas de prata foi comprovado em testes realizados no Instituto de Ciências Biomédicas da USP.
Inicialmente, o material foi colocado em contacto directo com culturas das bactérias Escherichia coli, que pode causar diarreia, e Staphylococcus aureus, que pode causar diversos tipos de complicações infecciosas, como uma infecção urinária.
«Após ajustes na formulação, foi possível eliminar quase 100% de Staphylococcus», diz Oliani.
Experiências posteriores com a bactéria Pseudomonas aeruginosa, que afecta os aparelhos respiratórios e urinário, também tiveram uma eficiência próxima de 100%.
«Com o efeito bactericida das nanopartículas seria possível aumentar a vida útil dos produtos embalados, especialmente os de origem orgânica», afirma Oliani.
Outro possível emprego do material está na área hospitalar.
«Futuramente, a película poderá ser colocada em divisórias e janelas de hospitais, além de ser utilizada em materiais cirúrgicos, como cateteres», diz Duclerc Fernandes Parra, orientadora do projecto.
In:diáriodigital