Gasolineiras satisfeitas.
Esperança jaz na Autoridade da Concorrência
O boicote às gasolineiras das marcas das três grandes petrolíferas a operar em Portugal (Galp, BP e Repsol), que foi convocado espontaneamente pelos consumidores e depois por alguns movimentos, para os três primeiros dias de Junho, não está a ter adesão.
Quem o diz é a Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis (ANAREC), que está satisfeita com o resultado.
«A adesão a esse boicote não está a ser nem muita nem pouca, está a ser nenhuma e ainda bem. Graças a Deus, porque isso poria em causa o pagamento dos salários aos funcionários de muitos revendedores e concessionários», disse o presidente da associação, Augusto Cymbron, à Agência Financeira.
De acordo com as estimativas da ANAREC, «se os portugueses aderissem a uma iniciativa irresponsável como essa, perdia-se mais de 10% do movimento do mês de Junho. Porque os primeiros dias do mês são os dias de maior movimento. Depois o movimento cai a partir de dia 5, dia 6, volta a cair ainda mais entre o dia 10 e os dias 21 ou 22, que é quando recupera porque a função pública recebe os seus salários».
«Este apelo ao boicote é de uma irresponsabilidade atroz», critica, explicando que «a maioria dos postos de bandeira não são administrados pelas petrolíferas e sim por revendedores e concessionários, que têm as suas despesas, que estão com muitas dificuldades e que têm margens muito pequenas», reitera.
Concorrência provar que há cartelização é quase impossível
Para Augusto Cymbron, não é um boicote aos postos de abastecimento que vai fazer baixar os preços. A sua esperança recai agora na Autoridade da Concorrência e no relatório que a mesma deverá entregar esta segunda-feira ao Governo, para que este o apresente amanhã no Parlamento.
Embora esteja convicto de que a AdC não vai apresentar indícios de qualquer cartelização de preços, espera que a mesma faça recomendações positivas para o sector.
«Provar uma cartelização de preços é muito difícil, é quase impossível, porque é necessário encontrar uma carta de uma companhia para as outras, a combinar movimentações de preços», lamenta.
Recomendações que se esperam da Concorrência
«Mas também ninguém está à espera que a AdC apresente um relatório dizendo apenas que não encontrou provas de cartelização. Para isso não era necessário um mês de investigação, bastava uma semana. Depois deste tempo todo, espera-se que apresente outras medidas, outras recomendações», diz.
Augusto Cymbron tem esperança de que a anunciada separação do negócio comercial e de distribuição seja uma dessas recomendações. «Já se começou a trabalhar nisso em 2006, mas faltou a portaria regulamentar», lamenta.
«Já lá vão dois anos e quatro meses. Mesmo que o Governo decida tomar essa medida, falta lançar o concurso para a empresa que vai ficar com o negócio, falta o prazo para os interessados apresentarem propostas, formarem sociedade, depois ainda há um tempo para reclamações e contra-reclamações. Tudo somado, e se tudo correr sobre rodas, este processo ainda vai levar mais seis meses a um ano. Nós e os portugueses não podem aguentar por mais tempo a actual situação», alerta.
Mais do que esperar que «a AdC dê algumas luzes ao Governo sobre como actuar», o presidente da ANAREC tem esperança de «ver as margens de lucro das companhias petrolíferas limitadas».
Agência Financeira
Esperança jaz na Autoridade da Concorrência
O boicote às gasolineiras das marcas das três grandes petrolíferas a operar em Portugal (Galp, BP e Repsol), que foi convocado espontaneamente pelos consumidores e depois por alguns movimentos, para os três primeiros dias de Junho, não está a ter adesão.
Quem o diz é a Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis (ANAREC), que está satisfeita com o resultado.
«A adesão a esse boicote não está a ser nem muita nem pouca, está a ser nenhuma e ainda bem. Graças a Deus, porque isso poria em causa o pagamento dos salários aos funcionários de muitos revendedores e concessionários», disse o presidente da associação, Augusto Cymbron, à Agência Financeira.
De acordo com as estimativas da ANAREC, «se os portugueses aderissem a uma iniciativa irresponsável como essa, perdia-se mais de 10% do movimento do mês de Junho. Porque os primeiros dias do mês são os dias de maior movimento. Depois o movimento cai a partir de dia 5, dia 6, volta a cair ainda mais entre o dia 10 e os dias 21 ou 22, que é quando recupera porque a função pública recebe os seus salários».
«Este apelo ao boicote é de uma irresponsabilidade atroz», critica, explicando que «a maioria dos postos de bandeira não são administrados pelas petrolíferas e sim por revendedores e concessionários, que têm as suas despesas, que estão com muitas dificuldades e que têm margens muito pequenas», reitera.
Concorrência provar que há cartelização é quase impossível
Para Augusto Cymbron, não é um boicote aos postos de abastecimento que vai fazer baixar os preços. A sua esperança recai agora na Autoridade da Concorrência e no relatório que a mesma deverá entregar esta segunda-feira ao Governo, para que este o apresente amanhã no Parlamento.
Embora esteja convicto de que a AdC não vai apresentar indícios de qualquer cartelização de preços, espera que a mesma faça recomendações positivas para o sector.
«Provar uma cartelização de preços é muito difícil, é quase impossível, porque é necessário encontrar uma carta de uma companhia para as outras, a combinar movimentações de preços», lamenta.
Recomendações que se esperam da Concorrência
«Mas também ninguém está à espera que a AdC apresente um relatório dizendo apenas que não encontrou provas de cartelização. Para isso não era necessário um mês de investigação, bastava uma semana. Depois deste tempo todo, espera-se que apresente outras medidas, outras recomendações», diz.
Augusto Cymbron tem esperança de que a anunciada separação do negócio comercial e de distribuição seja uma dessas recomendações. «Já se começou a trabalhar nisso em 2006, mas faltou a portaria regulamentar», lamenta.
«Já lá vão dois anos e quatro meses. Mesmo que o Governo decida tomar essa medida, falta lançar o concurso para a empresa que vai ficar com o negócio, falta o prazo para os interessados apresentarem propostas, formarem sociedade, depois ainda há um tempo para reclamações e contra-reclamações. Tudo somado, e se tudo correr sobre rodas, este processo ainda vai levar mais seis meses a um ano. Nós e os portugueses não podem aguentar por mais tempo a actual situação», alerta.
Mais do que esperar que «a AdC dê algumas luzes ao Governo sobre como actuar», o presidente da ANAREC tem esperança de «ver as margens de lucro das companhias petrolíferas limitadas».
Agência Financeira