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	Portugal entrou definitivamente na rota das redes internacionais de carteiristas e Lisboa é a cidade mais afetada. No encalço destes criminosos, além da Força Conjunta de Combate aos Carteiristas da PSP (F3C), criada em 2018, existem grupos informais de 'caçadores', com milhares de seguidores nas redes sociais.
Só a página Pickpockets Lisbon tem mais de 72 mil seguidores no Instagram. A Patrulha Pickpockets Lisboa tem 44 mil.
Ambos os grupos, à semelhança do que é feito noutras cidades europeias - como Madrid, Paris e Roma e Londres - divulgam vídeos e fotos dos carteiristas que, todos os dias, invadem as ruas da capital portuguesa à procura da próxima vítima.
Numa das partilhas há até uma "caderneta de cromos", feita em colaboração com a Patrulla Madrid, que tem 715 mil seguidores, onde muitos dos carteiristas estão identificados não só com a bandeira do país de origem, como com o próprio nome.
Em alguns casos, além de filmar e expor os 'pickpockets' (carteiristas, em português), tanto nas redes sociais como ao vivo, em plena via pública, os 'hunters' (caçadores, em português) chegam a atirar-lhes corantes, de forma a ficarem marcados e a prejudicarem o negócio ilícito... pelo menos desse dia.
Muitos moradores e lojistas dos chamados pontos negros de Lisboa agradecem a atuação dos membros destes grupos. É que já perderam a esperança na Justiça, como admitem dois residentes - um da zona da Graça e outro de Belém - ao Notícias ao Minuto.
"Quem comete estes crimes é muitas vezes detido mas, na maioria das vezes, sai do tribunal, em liberdade, com termo de identidade e residência, vezes e vezes sem conta", dizem-nos.
Algo confirmado pelo Notícias ao Minuto, junto da PSP. Se a prisão preventiva raramente é aplicada, a prisão efetiva ainda menos. E isto apesar de a maior parte dos carteiristas, que atuam hoje em Portugal, ao contrário do que antes acontecia, serem estrangeiros e já conhecidos de outras autoridades europeias.
Para já, não há queixas sobre 'caçadores'. Mas atenção...
O Notícias ao Minuto tentou perceber junto da PSP a legalidade dos 'caçadores' de carteiristas.
Por e-mail, esta força de segurança explicou que, "à semelhança de qualquer situação de conflito entre cidadãos, nas situações de crimes particulares ou semi públicos, [a PSP] só poderá intervir se tiver conhecimento do crime, havendo ainda necessidade de formalização de queixa/denúncia para que a Autoridade Judiciária competente abra inquérito criminal".
Desta forma, "poderemos estar, eventualmente, na presença de situações que podem configurar ilícito criminal, sendo da competência do Ministério Público a decisão de catalogar, ou não, tais situações como crime". Porém, "até ao momento ainda não foram formalizadas queixas junto da PSP" sobre este tipo de atuação.
Caso isso aconteça, esclarece ainda esta autoridade, as imagens publicadas online "poderão, eventualmente, no caso de abertura de inquérito criminal, constituir prova".
Em resposta às perguntas do Notícias ao Minuto, a PSP aproveitou para relembrar que "vivemos num Estado de Direito Democrático e que a repressão de crimes compete às autoridades competentes", pelo que esta autoridade "desaconselha e desencoraja qualquer tipo de movimentos ou atividades como as referidas".
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