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Argélia indulta o escritor argelino-francês Boualem Sansal a pedido da Alemanha
Foi detido no aeroporto de Argel em novembro de 2024, após declarações que fez sobre as fronteiras entre a Argélia e Marrocos.
O Presidente argelino, Abdelmadjid Tebboune, decretou esta quarta-feira o indulto ao escritor argelino-francês Boualem Sansal, condenado em março a cinco anos de prisão, respondendo favoravelmente a um pedido nesse sentido do homólogo alemão, Frank-Walter Steinmeier.
A Presidência argelina, num comunicado, indicou ter recebido "favoravelmente" o pedido de Steinmeier, que solicitou segunda-feira o "gesto humanitário" da libertação de Sansal, detido em novembro de 2024 e condenado por atentado contra a unidade e a economia nacionais, posse de vídeos e publicações de caráter subversivo e ofensa a órgãos constitutivos.
A Argélia aceitou o pedido "para perdoar e transferir o escritor franco-argelino Boualem Sansal, preso há um ano, para aquele país, para que possa receber tratamento médico".
"O Presidente [argelino] reagiu a este pedido, que chamou a sua atenção devido à sua natureza e motivos humanitários", segundo o comunicado.
Segunda-feira, num comunicado, Steinmeier disse ter pedido a Tebboune a libertação de Sansal e ofereceu-se para o acolher no país, quando se completa um ano de prisão e no meio de relações tensas entre Paris e Argel.
"Tendo em conta a idade avançada de Sansal [80 anos] e o seu frágil estado de saúde, o presidente federal ofereceu a saída de Sansal para a Alemanha e o seu posterior tratamento médico no nosso país", indicou a nota da presidência alemã.
Steinmeier declarou que pediu a Tebboune um indulto face à longa relação pessoal existente entre ambos e das boas relações entre os seus respetivos países.
Em Paris, o primeiro-ministro francês, Sébastien Lecornu, manifestou já o "alívio" do Governo após o anúncio do perdão a Sansal e desejou que o escritor "possa reunir-se com os seus familiares o mais rapidamente possível" e "receber tratamento médico".
O chefe do Governo francês agradeceu ainda "a todos os que contribuíram para a libertação, resultado de um método baseado no respeito e na serenidade".
Sansal, naturalizado francês em 2024, foi galardoado em 2011 com o prémio da paz dos livreiros alemães e, recentemente, também a filial alemã do PEN Club Internacional pediu a sua libertação.
O autor de "O Juramento dos Bárbaros" (1999) foi detido no aeroporto de Argel em novembro de 2024, após declarações que fez a um meio de comunicação francês de extrema-direita questionando as fronteiras entre a Argélia e Marrocos.
Em julho, um tribunal de apelação argelino confirmou a pena de cinco anos de prisão para Sansal e que padece de cancro.
Sansal é conhecido em França pelas suas opiniões contra o islamismo, foi galardoado com o Grande Prémio de Romance da Academia Francesa e recebeu os prémios de Primeiro Romance (Prix du Premier Roman) e dos Trópicos (Prix Tropiques), precisamente com "O Juramento dos Bárbaros".
O julgamento em recurso ocorreu tanto a pedido do escritor como do Ministério Público argelino, que já havia requerido dez anos de prisão na primeira instância.
"Não faço apenas política. Também me pronuncio sobre a história", respondeu Sansal, invocando o direito à liberdade de expressão garantido pela Constituição quando, a 24 de junho, foi questionado pelo Tribunal de Recurso sobre a sua declaração relativa às fronteiras.
"A França criou as fronteiras [da Argélia colonizada a partir de 1830], mas felizmente, após a independência [em 1962], a União Africana [UA, até então Organização da Unidade Africana (OUA)] decretou que essas fronteiras herdadas da colonização eram intocáveis", acrescentou.
Correio da Manhã
Foi detido no aeroporto de Argel em novembro de 2024, após declarações que fez sobre as fronteiras entre a Argélia e Marrocos.
O Presidente argelino, Abdelmadjid Tebboune, decretou esta quarta-feira o indulto ao escritor argelino-francês Boualem Sansal, condenado em março a cinco anos de prisão, respondendo favoravelmente a um pedido nesse sentido do homólogo alemão, Frank-Walter Steinmeier.
A Presidência argelina, num comunicado, indicou ter recebido "favoravelmente" o pedido de Steinmeier, que solicitou segunda-feira o "gesto humanitário" da libertação de Sansal, detido em novembro de 2024 e condenado por atentado contra a unidade e a economia nacionais, posse de vídeos e publicações de caráter subversivo e ofensa a órgãos constitutivos.
A Argélia aceitou o pedido "para perdoar e transferir o escritor franco-argelino Boualem Sansal, preso há um ano, para aquele país, para que possa receber tratamento médico".
"O Presidente [argelino] reagiu a este pedido, que chamou a sua atenção devido à sua natureza e motivos humanitários", segundo o comunicado.
Segunda-feira, num comunicado, Steinmeier disse ter pedido a Tebboune a libertação de Sansal e ofereceu-se para o acolher no país, quando se completa um ano de prisão e no meio de relações tensas entre Paris e Argel.
"Tendo em conta a idade avançada de Sansal [80 anos] e o seu frágil estado de saúde, o presidente federal ofereceu a saída de Sansal para a Alemanha e o seu posterior tratamento médico no nosso país", indicou a nota da presidência alemã.
Steinmeier declarou que pediu a Tebboune um indulto face à longa relação pessoal existente entre ambos e das boas relações entre os seus respetivos países.
Em Paris, o primeiro-ministro francês, Sébastien Lecornu, manifestou já o "alívio" do Governo após o anúncio do perdão a Sansal e desejou que o escritor "possa reunir-se com os seus familiares o mais rapidamente possível" e "receber tratamento médico".
O chefe do Governo francês agradeceu ainda "a todos os que contribuíram para a libertação, resultado de um método baseado no respeito e na serenidade".
Sansal, naturalizado francês em 2024, foi galardoado em 2011 com o prémio da paz dos livreiros alemães e, recentemente, também a filial alemã do PEN Club Internacional pediu a sua libertação.
O autor de "O Juramento dos Bárbaros" (1999) foi detido no aeroporto de Argel em novembro de 2024, após declarações que fez a um meio de comunicação francês de extrema-direita questionando as fronteiras entre a Argélia e Marrocos.
Em julho, um tribunal de apelação argelino confirmou a pena de cinco anos de prisão para Sansal e que padece de cancro.
Sansal é conhecido em França pelas suas opiniões contra o islamismo, foi galardoado com o Grande Prémio de Romance da Academia Francesa e recebeu os prémios de Primeiro Romance (Prix du Premier Roman) e dos Trópicos (Prix Tropiques), precisamente com "O Juramento dos Bárbaros".
O julgamento em recurso ocorreu tanto a pedido do escritor como do Ministério Público argelino, que já havia requerido dez anos de prisão na primeira instância.
"Não faço apenas política. Também me pronuncio sobre a história", respondeu Sansal, invocando o direito à liberdade de expressão garantido pela Constituição quando, a 24 de junho, foi questionado pelo Tribunal de Recurso sobre a sua declaração relativa às fronteiras.
"A França criou as fronteiras [da Argélia colonizada a partir de 1830], mas felizmente, após a independência [em 1962], a União Africana [UA, até então Organização da Unidade Africana (OUA)] decretou que essas fronteiras herdadas da colonização eram intocáveis", acrescentou.
Correio da Manhã
