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A arte de fazer rir sem ofender

Rotertinho

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A arte de fazer rir sem ofender
"A Voz dos Ridículos", programa de humor da rádio, está no ar ininterruptamente há 65 anos, a celebrar hoje. Grupo é constituído por nove homens e três mulheres


"A Voz dos Ridículos" comemora, hoje, 65 anos de existência. Emitindo actualmente aos domingos das 13 às 14 horas, na Rádio Festival, do Porto, tornou-se num dos mais populares programas de rádio do país, com incidência na Área Metropolitana do Porto.

A carolice e a paixão pelo humor e pela rádio mantêm a rotina viva há décadas. E o gesto e a atitude passam de pais para filhos e assim, todas as quintas-feiras, a "família da Voz dos Ridículos" junta-se no estúdio, para a "operação" gravar.

Agora, a equipa é constituída por 12 pessoas (nove homens e três mulheres) e há já quem os considere os 12 magníficos, especalistas na arte de fazer rir, sem ofender. Pelas 21 horas de todas as quinta-feiras, é certinho. O elevador do edifício começa a transportar até ao 9º andar dos estúdios da "Festival" os donos das vozes que chegam, todos os domingos sem falhar, a milhares de ouvintes. São eles João Manuel (o mentor do projecto, fundador e autor exclusivo dos textos de há 15 anos para cá), José Lopes, Salazar Ribeiro, Manuel Carvalho, Zulmiro Raimundo, Manuel Morais, Maria da Graça Vilas Boas, Virgílio Cervantes, Elisabete Moreira, Maria José, Silvino Augusto e o técnico de som, José Manuel.

Têm duas horas de gravação, apesar de o programa ser apenas de uma hora. Mas é também aí, nesse momento, que têm acesso, pela primeira vez, ao texto do programa, ou seja, todas as quintas-feiras, João Manuel passa-lhes para as mãos as piadas que terão de dizer aos microfones.

"Dez folhas para encaixar"

"São sempre dez folhas que temos que encaixar, é essa a encomenda semanal que o nosso director João Manuel nos traz. Temos que trabalhar sem rede", diz, gracejando, um dos membros da equipa.

E é verdade. O director (assim é carinhosamente tratado João Manuel, com a bonita idade de 89 anos) tem a tarefa, além de dirigir as gravações e de conseguir patrocínios para o programa, de, semanalmente, escrever os textos. Normalmente, confessa, escreve-os de noite e, às vezes, até, acrescenta a filha, Maria da Graça, que também integra a quipa, "levanta-se da cama, a meio da noite, tem uma ideia, vai escrevê-la e depois volta para a cama. Quantas vezes isso acontece..."

O segredo é, confidencia ao JN, João Manuel manter-se atento e informado sobre o que se passa na semana em Portugal e no Mundo. "Passo a pente fino o jornal e vejo a televisão e, depois, lá me ponho a magicar como é que será a melhor forma de pegar em determinada situação e ironizar com ela ou, melhor, fazer com que ela tenha graça, fazer os meus trocadilhos", sublinha.

A escrita baseia-se, então, nas notícias ou nas "broncas" da semana, e a todos os níveis, seja na área da política, do futebol, da economia ou do social, não importa. O fundamental é, assume, transformá-la em piada, mas sem ofender ninguém.


Jornal de Noticias
 
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